Um mundo sem fim, de Ken Follett

Domingo, 26 de agosto de 2012



Sinopse
À semelhança de Os Pilares da Terra, Ken Follett volta ao registo do romance histórico, numa obra dividida em duas partes graças às quase mil páginas que a compõem. O autor sentiu-se bastante motivado a escrever este novo livro já que, desde Os Pilares da Terra, publicado em 1989, os leitores de todo o mundo clamavam insistentemente por uma sequela. Finalmente Follett inspirado e com coragem e determinação, sem esquecer uma enorme dedicação, lançou-se na escrita de Um Mundo Sem Fim, a continuação de Os Pilares da Terra, onde recorre a elementos comuns do primeiro livro e dá vida a descendentes de algumas personagens. Recuperando a mesma cidade Kingsbridge, o cenário é ambientado dois séculos mais tarde onde nos transporta até 1327. Aí iremos ao encontro de quatro crianças que presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. Três delas fogem com medo, ao passo que uma se mantém no local e ajuda o cavaleiro ferido a recompor-se e a esconder uma carta que contém informação secreta que não pode ser revelada enquanto ele for vivo. Estas crianças quando chegam à idade adulta viverão sempre na sombra daquelas mortes inexplicáveis que presenciaram naquele dia fatídico. Uma obra de fôlego com a marca assinalável e absolutamente incontornável de Ken Follett.

Tal como é referido na sinopse, este romance de Ken Follett recupera o espaço e descendentes de personagens fulcrais de Os Pilares da Terra, mas avança no tempo até plena Idade Média (século XIV). Contudo, os elementos comuns entre as duas sagas de estrondoso sucesso não ficam por aqui – o ritmo absorvente da narrativa, a vontade que sentimos de ler sofregamente página após página e as pinceladas de História medieval que obviamente me agradam: uma sociedade maioritariamente pouco instruída e controlada por uma instituição religiosa extremamente conservadora, os comerciantes que nos dão indício de uma classe burguesa que ganha cada vez mais poder e notoriedade, as crenças e costumes arreigados e, sobretudo, através de personagens como Caris e Merthin, as novas ideias, os novos conceitos e as novas formas de ver o mundo e o lugar que o homem e a mulher ocupam nele.

Senti particular carinho pelas personagens acima referidas, pelos inúmeros obstáculos que tiveram que ultrapassar para que o seu amor triunfasse e pelas suas personalidades fortes e determinadas, que os colocam num patamar acima dos restantes no que diz respeito à visão que têm do mundo e do que podem fazer para melhorá-lo.
Outra personagem que me cativou foi a de Gwenda. Apesar de ter nascido numa família pobre, de passar por inúmeras dificuldades, não desiste até que consegue juntar-se ao homem que ama e ganhar o seu sustento lavrando o seu pedaço de terra.


Um Mundo sem Fim é assim uma obra que recomendo, porque é cativante, de leitura fácil e que nos leva a travar conhecimento com personagens que nos mostram o melhor e o pior do ser humano. Para além disso, é um belíssimo retrato da Idade Média. Não posso, por fim, deixar de referir que uma boa parte da obra retrata o período da peste negra, como esta terrível enfermidade devastou a Europa e o papel preponderante que as freiras tiveram ao tentar (dentro dos seus conhecimentos) tratar dos infetados, mesmo que, muitas vezes, pusessem a sua própria vida em perigo.

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