Terça-feira, 19 de abril de 2011
Mais um livro comprado na Feira do Livro J e desta vez relacionado com um período muito importante da História do nosso país – a implantação da República.
Em O
Vermelho e o Verde, José Jorge Letria retrata o período que decorre
entre dia do Regicídio (1 de fevereiro de 1908) e o fim do verão de 1918, ano
da gripe espanhola, do fim da Primeira Guerra Mundial e do assassinato de
Sidónio Pais. Centra a sua ação na história de uma família dividida pelos
ideais políticos de dois irmãos – Octávio é monárquico enquanto César é
republicano. Será este último, protagonista e narrador, que acompanharemos,
desde que combate na Rotunda ao lado de Machado Santos até ao momento em que é
ferido na Flandres, em plena 1ª Guerra Mundial.
Teremos assim a oportunidade de conhecer, dentro
de uma perspetiva republicana, os preparativos e o estalar da própria
revolução, bem como uma análise dos tempos vindouros, que denota um certo
desencanto face à realidade pós implantação da república, já que o rumo que
Portugal tomou após 1910 não foi o idealizado pelos republicanos que, tal como
César, tanto lutaram pela sua concretização.
“Lá
no fundo, foi, como se, mesmo num casulo de sofrido silêncio, eu tivesse
gritado: “Viva a República!”
Era
a minha república, a da minha liberdade e do meu caminho insubmisso, que nesse
dia se tornava soberana e independente. Imaginando as cores de uma bandeira
ainda por hastear, se eles, o meu pai e o meu irmão, fossem o verde, eu havia
de me tornar o vermelho.”
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